quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Civilização Egípcia


A região onde começou o desenvolvimento do Egito Antigo está localizada no nordeste da África, com seu antigo território atravessado pelo extenso rio Nilo (6 500 km e 6 cataratas), situado entre ambos desertos (deserto da Líbia e da Arábia). Ao norte, o Mar Mediterrâneo propiciava a navegação e aatividade comercial com as demais civilizações. A leste, o Mar Vermelho, mais uma via de comunicação.[5]
O rio Nilo era o berço da civilização egípcia, cuja atividade econômica era a agricultura. Entre junho e setembro, durante o período das enchentes, as precipitações pluviométricas de enorme intensidade alagaram o rio; este inundava e enchia de água vastas extensões de terras que o seguiam o longo de suas margens, as do rio propriamente dito. Essas águas tornavam fértil o solo com a matéria orgânica que traziam, que se convertia em fertilizante de excelente qualidade. Além de fertilizantes, o rio transportava a grande quantidade de peixes e concedia possibilidades a milhares de barcos navegarem.[6]
Na opinião da civilização egípcia, era uma verdadeira bênção dos deuses. Aliás o próprio rio era tido como divino. Porém o Egito não fora apenas essa dádiva da hidrografia. Havia necessidade de privilégio intelectual, do progresso, da aplicação e da organização humana. Na época da estiagem, num trabalho de unir forças e conjunto, os egípcios tiravam vantagem das águas do rio para transportar a irrigação com destino às terras mais distantes ou construir diques para o controle das suas enchentes.[6]
Depois das enchentes, as águas diminuição de nível, desfazendo as divisas das propriedades agrícolas, vulgo fazendas. Desse modo, a cada ano que passava era importante o trabalho humano para realizar a medição e o cálculo, e isso teve como consequência o desenvolvimento da geometria e damatemática. Esse esforço comum e a unidade geográfica tornaram fácil um governo único e centralizador.[6]

[editar]Períodos históricos

talvegue do Rio Nilo tornou-se a concentração demográfica a partir do Paleolítico. Emergiam comunidades organizadas e autônomas denominadas nomos, na medida em que o tempo transcorria. Os nomos se organizavam em grupo de ambos reinos (do Norte e do Sul) e por volta de 3200 a.C. o faraó Menés reuniu todos os nomos propriamente ditos num só reino. Com o faraó, têm início as grandes dinastias (famílias reais que administraram o Egito por mais ou menos 3000 anos).[6]
Costuma-se dividir a História do Egito em três grandes períodos:[6]
No fim do Médio Império houve uma intensa imigração tranquila dos hebreus com destino ao Egito, que foram definitivamente escravizados e finalmente liberados para retornarem à sua pátria de origem. Após os hebreus, os hicsos dominaram o Egito, que se aí se estabeleceram por duzentos anos e iniciou-se o Novo Império a partir de sua expulsão.[6]
Ao fim do Novo Império, houve um enfraquecimento do Egito e sua decadência tornou fácil a invasão e o domínio por parte de várias civilizações, como persasgregos e romanos. Nos tempos da modernidade contemporânea do século XX, o Egito foi dominado politicamente pela França e o Reino Unido, até ver sua independência ser proclamada em 1962, como país moderno com governo próprio.[6]

[editar]Sociedade egípcia

A antiga sociedade egípcia era dividida em alguns níveis, cada uma com suas atividades próprias. Nessa sociedade, a mulher era muito prestigiada e autoritária.[7]
O faraó representa a própria vida do Egito. Era rei e deus vivo. Adorado, reverenciado. Podia possuir várias esposas, a maioria sendo parentes, para garantir o sangue real em família. Porém, só uma usava o título de rainha e dela nascia o herdeiro.
No topo da pirâmide está o faraó, cujos poderes eram ilimitados, livres. Isso por ser considerado um indivíduo de caráter divino, divina, e admitido como descendente de deus (sociedades secretas como a Maçonaria e a Ordem Rosacruz se referem ao criador espiritual como Grande Arquiteto do Universo) ou como o próprio deus. Esse tipo de governo denomina-se governo teocrático, ou seja, governo com regência de deus.[7]
  • faraó era um rei todo-poderoso, proprietário do todo o país. Os campos, os desertos, as minas, os rios, os canais, os homens, as mulheres, o gadoe todos os animais - tudo lhe pertencia. Ele era ao mesmo tempo reijuiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que fazia as decisões e a direção de tudo o que via, mas, porém podendo ter condições em ir em qualquer do reino, distribuía ocupações para mais de cem funcionários que o assessoravam na administração do Egito. A imagem divina do faraó era subsídio essencial para a unidade de todo o Egito. O povo acreditava que o faraó era a certeza de sua própria sobrevivência e esperança de sua felicidade.[7]
  • Os sacerdotes eram grandemente prestigiados e poderosos, tanto espiritualmente como materialmente, pois dirigiam as riquezas e os bens dos valiosos templos de dimensões avantajadas. Eram também homens intelectualmente privilegiados (vulgo sábios) do Egito, guardiães dos segredos científicos e dos mistérios religiosos relacionados com seus inúmeros deuses.[7]
  • nobreza era formada por familiares do faraó, funcionários de primeiro escalão e proprietários de terras com salários altamente faturados.[7]
  • Os camponeses eram a força predominante da população. Os trabalhos dos campos eram organizados e supervisionados pelos funcionários do faraó, porque todas as terras eram públicas. As enchentes do Nilo, os trabalhos de irrigação, semeadura, colheita, armazenamento dos grãos forçavam os camponeses a trabalhos árduos e de menor remuneração. O crédito geralmente era feito com uma menor parte dos produtos colhidos e somente o essencial para sua sobrevivência. Moravam em modestas cabanas e a sua indumentária era bem simples, deteriorando-se com em pouco tempo. Os camponeses trabalhavam também nas terras dos nobres e nos templos. A agricultura era a atividade predominante da economia do Egito, pois não existia terra em grande quantidade e vegetação suficiente para suportar um grande número de gado. Ao sofrimento da baixa remuneração dos camponeses eram cultivados cevadatrigolentilhasárvores frutíferas e videiras. Faziam pãocerveja e vinho. O Nilo oferecia peixes em quantidades cada vez maiores.[8]
  • Os escravos eram predominantemente capturados entre os perdedores nos conflitos militares. Foram duramente obrigados a prestar serviços nas grandes edificações, como as pirâmides, por exemplo.[8]

[editar]A importância de alguns faraós

Numerosos faraós administravam o Egito na sua duradoura história. Poucos merecem algum destaque.[8]
  • Menés (ou Narmer), aproximadamente no ano 3000 a.C., juntou os reinos do Norte e do Sul em um único reino.[8]
  • Djoser (Zozer), reino no qual surgiu a mais antiga grande edificação com rochas no Egito, que foi a pirâmide de Djoser, em degraus.[8]
  • QuéopsQuéfren e Miquerinos tornaram-se célebres como faraós edificadores das três maiores pirâmides do Egito, na planície de Gizé. A maior pirâmide é a de Quéops. Seu filho, Quéfren, substituiu-o trono e edificou também a sua pirâmide a poucos metros longe da do pai. Depois de Quéfren, administrou Miquerinos, que ordenou a edificação da sua pirâmide próxima das demais, mas um pouco menor.[9]
  • Amenófis IV, denominado "sacerdote do deus Sol", ficou famoso como o faraó que unificou a religião no Egito, obrigou a veneração a uma só divindade, o Sol, denominado Aton. Alterou seu nome de Amenófis (cujo significado é "Amon é satisfeito") para Aquenaton (cujo significado é "servidor de Aton"). Recebeu a antipatia dos sacerdotes e da população fanática e este, após o seu falecimento, retornou às antigas venerações.[9]
  • Tutancâmon, da família de Aquenaton, tomou posse do reino quando ainda em plena juventude infantil (cinco anos de idade). Teve reino curto, pois morreu aos dezoito anos. Sua fama, porém, correu o mundo em nosso século, porque em 1924 foi encontrado pelo arqueólogo inglês Howard Carter, no Vale dos Reis, o seu riquíssimo sarcófago. O túmulo, intacto, ainda não tinha sido violado por ladrões e guardava valiosas riquezas, pois os objetos eram feitos de ouro, prata e pedras preciosas. Havia extraordinária riqueza nas máscaras mortuárias, sarcófagos, estátuas, móveis, jóias, vasos, carro mortuário, etc. Por essa descoberta arqueológica podemos ter uma idéia da grandiosidade, do luxo e da riqueza em que viviam os faraós, enquanto que a maioria da população, formada por camponeses, levava uma vida duríssima e pouca alimentação.[9]

[editar]Religião e mitologia egípcias

Artigo principal: Mitologia egípcia.
Os egípcios foram um povo de profundas crenças religiosas. Isto teve importância na formação de sua civilização e organização social. Adotaram o politeísmo (crença em vários deuses). Desde os tempos mais antigos, os egípcios adoravam numerosos e estranhos deuses. Os primeiros foram animais e cada pessoa tinha o seu animal-deus que a protegia. Adoravam gatosbois,serpentescrocodilostouroschacaisgazelasescaravelhos, etc.[9]
Entre os animais adorados, o mais famoso foi o boi Ápis que, quando morria, provocava luto em todo o Egito e os sacerdotes procuravam nos campos um substituto fisicamente igual a este deus bovino. Acreditavam que um deus poderia se encarnar em um animal vivo. O rio Nilo, com suas enchentes periódicas, e o vento quente do deserto, que destruía as colheitas, eram adorados como forças da natureza.[9]
Os egípcios acreditavam na vida após a morte (ressureição), por isso prestavam culto aos mortos (cerimônias fúnebres). Cada localidade tinha seus próprios deuses, com diferentes aspectos, sendo alguns parte homem e parte animal (geralmente corpo de homem e cabeça de animal – antropozoomorfismo).[9]
[editar]Deuses do Egipto
Rá, o deus Sol.
A seguir são descritos os deuses egípcios e suas atribuições:[10]
: o deus Sol, que unido ao deus Amon (Amon-Rá) é a principal divindade do Egito.
Nut: é a abóboda celeste, representada por uma mulher como os pés no Oriente e as mãos no Ocidente. Os astros viajam ao longo do seu corpo. Mãe de Rá (o Sol), ela o engole à noite e o faz renascer a cada manhã.
Babuíno divino: testemunho da viagem da barca solar.
Barca solar de Rá, que numa viagem eterna, todos os dias o traz à Terra e à noite o leva de volta à eternidade.
Ísis: esposa de Osírismãe de Hórus e deusa da vegetação, das águas (das enchentes do Nilo) e das sementes. As chuvas seriam as lágrimas de Ísisprocurando seu marido. Osíris, que também é o Nilo.
Néftis: irmã de Osíris e esposa de Set.
Maatdeusa da justiça, da verdade, e do equilíbrio do universo. Era uma das suas plumas que era pesada no Julgamento de Osíris.
Hórus: o deus-falcãofilho de Osíris e de Ísis, também cultuado como o Sol nascente.
Osíris: no seu hábito uniforme, é o deus dos mortos, da vegetação, da fecundidade. Também cultuado como Sol poente. Era ele que vinha buscar as almas que morriam para serem julgadas no seu tribunal (Tribunal de Osíris).
Sekhemkhet: deusa com corpo de mulher e cabeça de leão. Deusa das guerras que, com sua força, foi encarregada de destruir os inimigos de Rá.
Ptá: deus de Mênfis, considerado criador do mundo e protetor dos artesãos.
Knum: deus pastor, deus das nascentes e das enchentes do Nilo.
Anúbis: deus chacal, guardião dos túmulos, deus da ressurreição, mediador entre o céu e a Terra. ajudou Ísis quando esta reuniu os bocados do corpo de Osíris e deu-lhe vida de novo.
Toth: deus da sabedoria, da magia, criou a escrita. É considerado o escriba divino e protetor das escribas.
Hator: deusa que se apresenta com duas formas: como uma vaca tendo o Sol entre os chifres e como uma mulher com chifres e o Sol entre eles. Considerada a deusa da vaidade, da música, da alegria, dos prazeres e do amor.
Set: grande inimigo de Osíris (o Nilo) e considerado como o vento quente vindo do deserto. Encarnação do mal, provocador de tempestades e protetor das armas.
Amon (de Tebas): deus dos deuses do Egito, depois cultuado junto de Rá, com a denominação de Amon-Rá.
Besespírito (ou demônio) monstruoso e maléfico, que habitava as profundezas da terra.
Tueris: uma deusa com forma de hipopótamo, é a protetora das gestantes.
Bastet: deusa com aparência de gata, que transmite para as pessoas as boas influências do deus Sol.
[editar]Templos egípcios
Templo de Luxor.
Os templos egípcios não eram como as igrejas de hoje. Eram grandiosos, de dimensões enormes, com um portão imponente e amplos pátios abertos. Eram sustentados por gigantescas colunas. Ao fundo ficava a estátua do deus local e nas laterais um pequeno número de outros deuses. Nas fachadas, estátuas colossais dos faraós que mandaram construir os templos. No interior dos templos viviam numerosos sacerdotes, com cabeça raspada e vestidos com um túnica. Do antigo Egito sobraram as ruínas de dois grandiosos templos, os de Lúxor e Karnak.[11]
[editar]Cerimônias fúnebres
Múmia dentro do sarcófago.
Os egípicios acreditavam que o ser humano era formado por  (o corpo) e por  (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la. Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo para impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.[11]
O processo de mumificação acontecia da seguinte maneira: o sacerdote abria o corpo do morto ao meio tirando seus órgãos moles (os órgãos que apodrecem rápido). Depois cortava o nariz de forma que pudesse retirar o cérebro com um gancho especializado. O sacerdote colocava dentro do corpo do morto alguns medicamentos. Após todo o ritual, o sacerdote amarrava uma espécie de pano que ajudava a conservar o corpo.[11]
Dentro das pirâmides ficavam os bens do morto. Os egípcios colocavam nas pirâmides tudo que eles achavam que poderiam reutilizar na outra vida (móveisjoias, etc). O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto à mesma, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao contemplá-las. A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgada por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.[11]
Os antigos egípcios também acreditavam que os túmulos eram moradias de eternidade. Para melhor proteger os corpos, as múmias eram colocadas em sarcófagos bem fechados. Os faraós, os nobres, os ricos e alguns sacerdotes construíam grandes túmulos de pedras para garantir a proteção dos corpos contra ladrões e profanadores, aqueles que invadem lugares sagrados ou câmaras funerárias. Eram feitos para garantir a longa espera no tempo até que a alma voltasse para a vida.[11]

[editar]Cultura egípcia

Durante a antigüidade, a cultura egípcia era o conjunto de manifestações culturais desenvolvidas no Antigo Egito. Além das pirâmides, mastabas, hipogeus e dos grandes templos, a arte egípcia manifestou-se também nos palácios, nas grandiosas colunas e obeliscos, nas esfinges, na estatuária e na decoração em baixo-relevo. Listados abaixo:[12]
  • Mastabas: As mastabas eram túmulos recobertos com lajes de pedra ou de tijolo especial. Tinham uma capela, a câmara do morto e outros compartimentos.
  • Hipogeus: Túmulos escavados nas rochas, próximo às barrancas do Nilo. O hipogeu mais famoso foi Tutancâmon, situado no Vale dos Reis.
  • Esfinge: As esfinges eram as guardiãs dos templos e das pirâmides. A esfinge diante da pirâmide de Quéfren tem cabeça de gente e corpo de leão.
  • Obelisco: Monumento feito de uma só pedra em forma de agulha para marcar algum fato ou realização. Representa também um raio do Deus Sol.
[editar]Pirâmides
Nas pirâmides reais, havia corredores secretos, galerias, câmaras, portas e passagens falsas para enganar ladrões, cripta, corredores de ventilação e a câmara do rei.
No antigo Egito foram construídas centenas de pirâmides. As três grandes estão incluídas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje aspirâmides oferecem alguns mistérios para a nossa mente. Assim a moderna engenharia não conseguiu ainda explicar como foi, naquela época, conseguiu-se trazer blocos de pedras de 2 a 10 ou mais toneladas vindas de longe até o deserto onde se encontram as pirâmides. Mais complicado ainda se torna explicar como conseguiram carregar pedras sobre pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é explicar porquê as pirâmides foram construídas tendo seus lados rigorosamente voltados para os quatro pontos cardeais. Atualmente, milhares de pessoas no mundo inteiro acreditam num misterioso poder de concentração de energia e conservação dentro das pirâmides. Assim, não se estragariam determinadas coisas perecíveis que fossem colocadas no seu interior, na posição ocupada pela câmara do rei.[13]
Para isso, com auxílio de uma bússola, é preciso orientar as bases de uma pirâmide na posição dos pontos cardeais. Acredita-se, também, em curas ou melhoras de saúde através do uso de uma pirâmide de cor azul (frequencia de cor com propriedades curativas) para isso, a pirâmide usada deve ter o mesmo ângulo da construção da pirâmide original, localizada no Egito e durante a aplicação no local doente, ela deve estar voltada para o nortegeografico.[13]
[editar]As ciências egípcias
Os antigos egípcios não foram tão grandes cientistas como arquitetos. Nas ciências, desenvolveram a matemática, a astronomia, a medicina e aengenharia. Dividiram o ano em 365 dias, com 12 meses com 30 dias e três semanas com dez dias. Utilizavam relógios solares, estelares e relógios d'água para medidas cronológicas.[13]
Na matemática, desenvolveram muito a geometria, devido à necessidades de medir as terras rurais e erguer as grandes construções.[13] Na medicina, possuiam médicos especializados em várias doenças e faziam cirurgias, utilizando inclusive um tipo de anestésico.[14] Todavia, a medicina egípcia, como na antigüidade em geral, era a mais magia do que ciência, pois sempre vinha acompanha de rituais mágicos e invocações aos deuses.[15]
Foram especialistas no processo de fazer a mumificação corpos através de recursos de embalsamento que conservavam inúmeros corpos até hoje. Heródoto, que era um historiador grego muito famoso, nos conta como era feita mumificação:[15]
Cquote1.svg"Tiram-lhe primeiro o cérebro, com ferro recurvado, que introduzem nas narinas e com o auxílio de drogas, que injetam na cabeça. Fazem em seguida uma incisão no ventre, com uma pedra cortante da Etiópia. Tiram por esta abertura os intestinos, que são lavados, passados por vinho de palma e por aromas, enchem, seguidamente, o ventre de mirra (resina de uma árvore utilizada como incenso ou perfume), canela e outros perfumes, depois o costuram cuidadosamente. Terminado isto, salgam o corpo e cobrem-no de natrão (carbonato de sódio natural) durante setenta dias. Acabado este prazo, lavam o corpo e o envolvem inteiramente em faixas de linho". Depois colocavam o corpo no sarcófago. Os pobres possuíam processos de mumificação muito mais simples.Cquote2.svg
Heródoto, historiador grego
[editar]Língua e literaturas egípcias
Hieróglifos em uma estela funerária.
Os egípcios foram um dos primeiros povos do mundo a utilizar a escrita. Desenvolveram três variedades de alfabeto:[15]
O alfabeto hieróglifo, considerada escrita sagrada;
O alfabeto hierático, mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes;
O alfabeto demótico, um tipo de escrita popular, adotado pelas classes mais pobres da sociedade egípcia.
Durante a campanha de Napoleão no Egito, foi trazida para França pelo arqueologista francês Jean François Champollion, no ano de 1799, uma pedra da cidade de Roseta, contendo inscrição em três tipos de alfabetohieróglifogrego e demótico. Em 1822, Champolion, fazendo comparação do texto grego com o mesmo assunto em hieróglifos, conseguiu decifrar o alfabeto egípcio, dando uma contribuição para os estudos da civilização egípcia.
Os egípcios escreviam principalmente numa planta denominada papiro, encontrada em abundância às margens do rio Nilo. O miolo do papiro era cortado e as partes eram ligadas umas com as outras e depois prensadas, formando assim rolos que inclusive eram exportados para os povos vizinhos. Os egípcios deixaram vários livros escritos, a maioria de temas ligados à religião, como o famoso Livro dos mortos.[16]
[editar]Música egípcia
Pelos documentos encontrados, como fragmentos de músicas e instrumentos, a música teria iniciado na mesopotâmia e no Egito antigo. De fato, em 1950 os arqueólogos encontraram uma canção de origem assíria datando de 4000 a.C., gravada numa tabuleta de argila.[16]
Os egípcios usavam muito a música em todas as ocasiões religiosas ou da sociedade, como casamentosfestas, canções de guerra, de vitória, ou para expressar sentimentos de melancolia e de luto. Tocavam liracítaraoboécímbaloharpa e instrumentos com caixa de ressonância. Era comum as mulheres ricas serem excelentes cantoras. Junto com a música, desenvolveu-se a dança e a coreografia, Os mesopotâmios e os egípcios já conseguiam escrever a música de sinais próprios para a sua execução pública.[16]
[editar]Influência da civilização egípcia sobre outras civilizações
Os egípcios tiveram grande influência no desenvolvimento de vários povos limítrofes ou longínquos. Muitos eruditos de outros povos da antiguidade iam buscar seus conhecimentos no Egipto, onde trabalhavam como estagiários. Inventaram várias ciências tais como a geometria, que depois passou a ser seguida pelos gregos e por outros povos e países.[16]
Na medicina, a influência egípcia foi quase total. De facto, ultrapassaram todos os povos antigos nos conhecimentos médicos, tentando procurar as soluções para todas as doenças existentes na antiguidade oriental.[16]
Quanto à religião, seus deuses e suas crenças chegaram a se espalhar por toda a parte. As pirâmides impressionaram o mundo, e a sua crença na imortalidade da alma foi considerada um avanço na espiritualidade.[16]
Quanto à escrita, foram pioneiros na arte de escrever, pois sinais e marcas chegaram à Fenícia, onde foram simplificados, resultando no alfabeto que temos nos dias de hoje. Grande contribuição às civilizações foi o papiro que o Egito forneceu a todo o mundo antigo para escrever seus livros, construir o conteúdo de suas bibliotecas e fornecer material de estudos para os seus sábios.[16]

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